domingo, 15 de julho de 2007

Freguesia de Soure

Rios Anços e Arunca


Para além dos locais de aprazível lazer que estes rios proporcionam são também espaços privilegiados para a prática da pesca desportiva e de outros desportos aquáticos como é o caso da canoagem.
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Crasto

Situado no cimo do monte, agora conhecido como Encosta do Sol, foi alvo de diversas sondagens arqueológicas. Os materiais encontrados apontam a cronologia do sítio para a Idade do Ferro. Alguns desses materiais podem ser vistos no Museu Municipal de Soure.


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Edifício dos Paços do Concelho

O início da construção do edifício data de 1902 e teve como grande impulsionador o Conselheiro Dr. José Maria de Moura Mattoso, sendo Presidente de Câmara o Senhor Francisco de Azevedo Amado, sendo a obra concluída em 1906, na Presidência do Dr. José Francisco Rodrigues. O edifício fora então projectado pelo arquitecto Augusto de Carvalho da Silva Pinto, tendo o trabalho de cantaria sido realizado por João Augusto Machado, artista coimbrão que havia trabalhado na decoração pétrea do Palace Hotel do Buçaco. A fachada apresenta três corpos, sendo que o central se desenvolve em dois pisos; a zona nobre deste surge destacada do restante, quer em profundidade quer em vigor decorativo. A porta principal, dupla, surge envolta em arco e por cima do encontro das duas portas, uma esfera armilar. No piso superior, sobre a porta principal, uma janela dupla, com varandim rendilhado, é encimada por um conjunto de símbolos - o brasão da Vila de Soure, ladeado pela Cruz de Cristo e a esfera armilar (nítida referência ao facto de a Vila ter pertencido à Ordem dos Templários); a Coroa Real remata o conjunto. O carácter neo-manuelino do edifício dos Paços do Concelho é conferido pelo trabalho de decoração da pedra, onde predominam os cordeamentos e os motivos vegetais.


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Arqueologia Industrial


A fábrica de Paleão, antiga delegação da EFANOR, os armazéns da CUF, onde existe uma chaminé recentemente recuperada, os moinhos dos Novos e de Paleão são locais que merecem uma visita mais demorada.

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Igreja de Nossa Senhora de Finisterra

Foi demolida na 1.ª metade do século XIX. As ruínas visíveis, reveladas pelas escavações levadas a cabo em 1985/86, correspondem ao traçado da Igreja mandada edificar pelo Infante D. Henrique na primeira metade do séc. XV. As ossadas encontradas no local indicavam a presença de um cemitério.

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Capela de Nossa Senhora do Bonsucesso (Casalinhos)

No altar-mor uma escultura da Virgem com o Menino, de pedra policromada, do séc. XVII; nos colaterais, duas de barro, pequenas, do séc. XVIII representando S. Francisco e S. José. Um letreiro gravado na porta principal, data a sua construção: “AS OBRAS SAN FEITAS COM ESMOLAS DOS FIEIS DEVOTOS DELLA/SENHORA DE BOM SVECESSO/DE 1770”.

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Capela de São Mateus

Construída em finais do séc. XII, desse período resta apenas a lápide comemorativa do falecimento do eremita Rício (ou Rijo, na versão popular). Profundamente alterada nos inícios do séc. XVI, «[...] num manuelino inicial, ainda da tradição batalhina[...]»: destacam-se o belo portal, o óculo, a esfera armilar e o brasão da Ordem de Cristo; a escultura do São Rijo é uma peça do início do século XVI, vigorosa, apesar das deformações anatómicas que apresenta; o movimento que se desprende da figura e a expressão do olhar acentuam (razoável) qualidade plástica da peça; são ainda de salientar os (pequenos e dispersos) painéis de azulejos mudéjares existentes (século XVI).

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Igreja da Misericórdia



Construída cerca de 1680, quando era Provedor Rodrigo Homem de Quadros. Destaca-se, de imediato, o tecto liso, em arco de asa de cesto, pintado na segunda metade do séc. XVIII; utilizando as técnicas e motivos do Barroco, este tecto sublinha bem a busca da ilusão (a perspectiva ilusória ou «trompe l`oeil», do engrandecimento; os espaços «multiplicam-se», prolongados por estas arquitecturas que os alongam. Ao acervo da Misericórdia pertence a grande tela da Pecadora Arrependida; de bom desenho, segue muito provavelmente um modelo erudito de técnica tenebrista idêntica à do pintor régio Bento Coelho da Silveira, caracterizado pelo seu tenebrismo e, também, pelas suas «[...] tonalidades mais quentes e um certo decorativismo». «A composição, que coloca a figura de Cristo num dos lados da tela (quando, normalmente, lhe é reservado o centro), apresenta ainda alguns pormenores deliciosos - um cão e um gato que brincam, em baixo, no primeiro plano; os criados, vestidos a rigor; a bela figura da mulher que se ajoelha, em jeito de veneração, e beija os pés de Cristo.»

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Igreja Matriz de São Tiago



Concluída em Agosto de 1490, foi mandada edificar por D. Manuel, ainda Duque de Beja e administrador da Ordem de Cristo; tem um lugar ímpar na história da arquitectura portuguesa. Desde logo, são de salientar: a bela escultura de Nossa Senhora de Finisterra (da antiga Matriz), mandada fazer em 1508 pelos visitadores da Ordem de Cristo para substituir a anterior que «he já muito velha», é uma delicada obra do Gótico final, plena de serenidade, apresentando as figuras uma modelação anatómica bastante correcta. O São Tiago (escultura em pedra) será, muito provavelmente, a imagem oferecida por D. Manuel I quando se concluíram as obras da igreja, em Agosto de 1490. Já o retábulo da Capela do Sacramento é uma obra saída da oficina de João de Ruão, o grande escultor da renascença de Coimbra; as afinidades estilísticas, temáticas e formais com outras obras do mestre (ou da sua oficina) são enormes: veja-se o exemplo do retábulo do Sacramento da Matriz de Cantanhede. «As quatro pilastras decoradas dividem o espaço em três zonas: ao centro, o Sacrário, composto por um templete poligonal, com lanternins sobrepostos, ladeando o templete, que dois anjos suportam, encontram-se dois anjos agora turiferários; no registo acima destes estão representadas duas cenas bíblicas: o Aparecimento de Cristo à Virgem (à esquerda) e o Aparecimento de Cristo a Madalena (do lado direito): no remate da zona central o busto do Padre Eterno a abençoar». As pinturas maneiristas da Igreja de São Tiago terão pertencido a um retábulo-mor, entretanto desmembrado; restam sete tábuas, com os seguintes temas: São Marcos, São Mateus, São Lucas, São João, Adoração dos Pastores, Descida da Cruz e Pentecostes. São obra de um pintor regional de certo mérito e datarão de 1560-70; se, por vezes, a imperícia do artista é evidente (especialmente nos pormenores das mãos e dos rostos), espanta-nos a formação e a informação que o pintor demonstra ter: está provado o uso de gravuras de artistas italianos como modelo para vários pormenores e/ou temas inteiros (a Descida da Cruz, o Júpiter do nicho representado na arquitectura de fundo do São Mateus, ...), prática muito habitual à época; a representação do anjo-mulher, paganizado, modelo de «venustà» idealizada, também no São Mateus; a pose das figuras de primeiro plano na Descida da Cruz, que mostram um sofrimento contido, altivo, permanecendo de pé, foi uma das determinações do Concílio de Trento (1545-63 que este artista já aqui havia assimilado. Estas tábuas são, também, importantes por constituírem o mais antigo conjunto de pintura de cavalete existente no Concelho.

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Castelo de Soure




Dentro da dicta villa e junto da egreja de Nossa Senhora tem a hordem huum castello e a apousentamento de casas nesta maneira: logo huum recebimento a que entram per huum portal grande com suas portas honde estaa huua escaada com seu mainel todo de pedraria bem obrado per que sobem a huua salla que tem huum boom portal de pedraria e huua janella d`assentos contra o levante e huua grande chaminee ao norte e junto della outra janella e contra o ponente tem huua cozinha terrea.Na dicta salla tem huua escaada de madeira com seu mainel per que sobem pera estas cameras, convém a saber duas oliveladas e huua encaniçada de dous sobrados com suas logeas per baixo e outra camera encaniçada que está sobre o portal principal da egreja de Nossa Senhora.De fronte da dicta salla e cameras esta huua torre de menagem derribada de huua banda atee o meyo honde he entulhada e junto della huuas pa. [Fl. 2] redes doutra torre tambem entulhada.Em huua das sobreditas cameras olivelladas estam duas janellas dassentos, huua convém a saber ao sul e outra ao ponente e huua chaminee ao norte e outra camera tem outra chaminee asi contra o norte.Todas estas casas defundo acima estam muito bem repairadas de todo quanto lhes faz mester e todo quasi de novo feito aa custa d`el rey nosso senhor e som as ditas cameras ameadas arredor.Hoje, e apesar da grandiosidade bem patente no documento acima transcrito, resta deste Castelo uma Torre de Menagem e um Pano de Muralha.Doado em 1128 por D. Teresa aos Templários o Castelo de Soure, fazia parte, conjuntamente com outros castelos da região, de uma linha de defesa à cidade de Coimbra, tendo desempenhado um papel importante na conquista e povoamento do território que viria a ser Portugal.

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